Radar Covid-19 Favelas Edição 3
20/10/2020
A terceira edição do informativo Radar Covid-19 Favelas traz em destaque os 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), completados em setembro. Também foram coletados relatos sobre a dinâmica de contágio em ocupações urbanas e conjuntos habitacionais da cidade do Rio de Janeiro; relatadas modificações no sistema de avaliação da rede estadual de educação em função da pandemia; e a suspensão da liminar que garantia o abastecimento de água para todas as pessoas durante o período de crise sanitária.
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A seção Megafone abre com trechos da entrevista com a pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia sobre o elevado número de mortes evitáveis pelo novo coronavírus e uma possível “Comissão da Verdade da Covid-19”. O aniversário de 32 anos da Constituição Federal Brasileira (apelidada de “Constituição Cidadã”), os 30 anos do SUS e a semana do Agente Comunitário de Saúde são lembrados nessa seção. A resolução que aprova automaticamente todos os alunos da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro em 2020 também é objeto de debate.
Em O que tá pegando nas favelas?, o desmonte da Estratégia de Saúde da Família e descaracterização do papel do Agente Comunitário de Saúde é tema do artigo de Deley do Acari, O novo normal sem agente comunitário de saúde será pior que o velho. O estado de contágio por Covid-19 na Colônia Juliano Moreira, na zona Oeste do Rio de Janeiro, e na ocupação Carandiru – próxima ao acesso à favela do Jacarezinho, na Zona Norte – são tratados nos textos de Neide Belém de Mattos e Bianca Peçanha.
O artigo Água, direito humano pra quem?, de Fábio Monteiro, da Cooperação Social, problematiza a queda da liminar conquistada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) que garantia o abastecimento de água para todas as pessoas, independentemente de pagarem tarifa. Fechando a seção, Francisco Valdean comenta a exposição virtual Maré na Pandemia, no ar desde o primeiro dia do mês de outubro.
O espaço de Debates traz trechos das falas de Sônia Fleury, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora do Dicionário Carioca de Favelas Marielle Franco, e Itamar Silva, da Associação Escola sem Muros – Grupo ECO, durante o encontro Para Além da Pandemia: atuações e possibilidades de ser favela no Rio de Janeiro, promovido pelo projeto de Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Centros Urbanos da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz. O debate virtual está disponível aqui. Monique Cruz, assistente social e integrante do Fórum Social de Manguinhos, apresenta o texto Eu tenho sofrido muito, o trabalho doméstico é muito pesado, que reflete sobre infâncias, cuidados e exploração do trabalho das mulheres negras na pandemia.
O texto Pandemia em questão: Juventude e favela em perspectiva, com autoria coletiva de membros do movimento Levante Popular da Juventude, encerram a terceira edição do informativo. A publicação usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail radar.covid19@fiocruz.br. O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro.