Acesso à saúde na favela durante a pandemia

Paloma Nunes, moradora de Manguinhos, Jovem Aprendiz na Cooperação Social da Fiocruz.
Imagem: Acervo Fala Manguinhos

Nos últimos dois anos sofremos diversos impactos pela crise sa­nitária mundial da pandemia de Covid-19, e como sempre os mo­radores de territórios periféricos e favelizados foram mais atingidos. Além de serem os mais vulnerá­veis à insegurança alimentar, em sua maioria, os moradores sofrem exposição ao vírus por geralmen­te ocuparem cargos cujas funções oferecem mais riscos de contágio; são mais suscetíveis de serem alvo de discursos anti-científicos e disseminação de fake news por terem, em sua maioria, atingido baixo grau de escolaridade. Esse mesmo segmen­to também sofre impacto no acesso à educação, desta vez por falta de equipamento e acesso à internet, além de contarem com transtornos re­lacionados à violência policial que não foi interrompida nesse momento de maior fragilidade social.

Todos os problemas de se viver à margem foram agravados pela difi­culdade de acesso a atendimento médico, pelo sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) resultante de muitas práticas e negligências que sempre desfavoreceram os que são dependentes de serviços públicos. Falta de insumos, desvalorização de profissionais e até o fechamento da

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, são obstáculos a serem superados por moradores da região, que deveriam ter seus direi­tos garantidos pela constituição respeitados, entre eles, o direito à saú­de, que como define a Organização Mundial de Saúde, deve ser entendida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.

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