O ano 2021 começou caótico para os moradores de Manguinhos, comunidade localizada na zona norte do Rio de Janeiro. A favela que abriga a Fiocruz vem sofrendo há anos com recorrentes enchentes, trazendo inúmeros problemas para quem mora lá.
No dia 2 de janeiro, uma chuva de meia hora já foi suficiente para alagar as ruas de Manguinhos. Agora imagine um dia chuvoso e você só quer deitar e dormir com aquele barulhinho que dá sono? Com quem mora em Manguinhos esta realidade é diferente, pois quando chove chega a preocupação e o sono se vai.
Segundo a moradora Maria da Guia, a casa precisa ser planejada pensando nas enchentes “Já fizemos a casa alta por causa da chuva, minha cama é tão alta que eu tenho até dificuldade para subir, mas mesmo assim na penúltima chuva que teve o rio transbordou e chegou a entrar na minha casa. Faz anos que vivemos isso”, diz.
No início de janeiro, a página “Comacs Manguinhos-Rj”, registrou vídeos de alagamento nas ruas: Uranos, Estrada de Manguinhos, Capitão Bragança e também na rua Humboldt.
Como ter saúde sem ter o básico? Moradores precisam reconstruir suas vidas sempre que as chuvas tomam conta e levam seus bens. Em Manguinhos precisa de saneamento básico e uma estratégia para que este problema não volte a ocorrer.
“É muito difícil, antes era até pior. Eu já saio de casa e deixo os móveis para o alto para não ter o risco de mais uma vez perder minhas coisas. Até quando não chove muito o rio transborda e enche tudo. Na última chuva chegou a alagar até o mercado ali da Estrada de Manguinhos e olha que não choveu muito, na verdade nem chuva eu cheguei a ver”, conta a moradora Maria da Guia. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, ter saúde não significa apenas ausência de doença, e sim o indivíduo ter acesso básico a tudo que envolve qualidade de vida, ou seja, à educação de qualidade, saneamento básico, água potável, etc. Sendo assim, avaliando tais aspectos, podemos notar que na favela não existe saúde. Como se tem saúde sem o simples? Sem o mínimo?