Nos dias 03, 04 e 05 de agosto, aconteceu o II Encontro Regional de Pré-Vestibulares do Sudeste, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais. O encontro reuniu delegações do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, para debater sobre educação Popular e as dificuldades enfrentadas no cotidiano das construções populares e do trabalho político-pedagógico, ao colocar a classe trabalhadora dentro das Universidades e na construção de espaços de reflexão crítica sobre a sociedade e a necessidade de sua transformação.
O evento foi realizado pelo Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro, juntamente com o Projeto Tecendo Diálogos, Educafro, Podemos + e a Fundação Oswaldo Cruz, e tinha como objetivo debater as formas de ingresso e permanência no ensino superior, dos alunos de pré-vestibulares dos quatro estados da região sudeste.
Lourrane Cardoso / Foto: Julia Souza
Lorrane Cardoso, Educadora Popular, militante do FPVP-RJ e parte da comissão organizadora do II Encontro Regional, falou sobre a importância dos pré-vestibulares populares na promoção do acesso de estudantes da periferia às universidades.
“O vestibular é um funil que impede o acesso universal à educação superior, um direito que deveria ser garantido a todos os cidadãos em uma sociedade democrática. Defendemos o acesso irrestrito e gratuito às universidades públicas para todos os que desejam uma educação superior”, disse.
O encontro reuniu mais de 70 pré-vestibulares do região sudeste, além de representantes nacionais como, Amazonas, Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina
“A comissão organizadora está fazendo um trabalho de quase um ano, os quatro estados muito bem alinhados para poder fazer esse evento acontecer. O encontro é um trabalho coletivo que só deu certo por isso”, contou Lourrane.
Natã Neves / Foto: Julia Souza
Natã Neves, produtor do Projeto Tecendo Diálogos e militante do Fórum de Pré-vestibulares falou sobre o desafio de produzir um evento estadual, e que reuniu cerca de 130 pessoas:
“Os desafios aconteceram um pouco antes, com a questão da organização mesmo, um evento interestadual, conseguimos reunir pessoas do sudeste, e também tivemos convidados de outras regiões do Brasil. Então pensar nessa logística demanda muito tempo e organização. Conseguimos garantir transporte, alimentação e estadia para todos os participantes. As etapas de pré e pós produção são bem desafiadoras. Nós temos uma equipe muito boa e dedicada, que tem dado o seu melhor e assim a gente conseguiu entregar um evento de excelência. Foi desafiador, mas foi incrível, é bastante trabalho, é muito cansativo, mas quando a gente entrega eu me sinto lisonjeado, me sinto muito grato vendo que eu fiz parte de algo tão importante”, disse Natã Neves
A articulação regional teve início no I Encontro dos prés, realizado em 2022, no Rio de Janeiro. Com o tempo houve fortalecimento do diálogo, apontando a necessidade da construção do II Encontro, como forma de trocar experiências através dos cursinhos populares.
Os mais de 70 prés se dividiram em 5 grupos de trabalho para realizar discussões para a plenária de encaminhamento.
Conheça os GTs:
- Acesso e Permanência Estudantil
- GT de Exclusão
- GT de Mobilização
- GT de Organização Interna
- GT de Políticas Públicas
Debater Educação Popular é importante por razões como: Inclusão Social, Empoderamento das Comunidades, Transformação Social, Valorização de Diversas Formas de Conhecimento, Prática Pedagógica Inovadora, Resistência e Alternativa ao Modelo Educacional Tradicional.
A Educação Popular visa democratizar o acesso ao conhecimento, proporcionando oportunidades educativas para todos, especialmente para grupos historicamente marginalizados. Isso ajuda a reduzir desigualdades sociais e promover justiça social.
Ela incentiva uma educação crítica e consciente, que questiona as estruturas sociais e políticas vigentes. Esse tipo de educação pode inspirar mudanças significativas na sociedade, promovendo uma cultura de direitos humanos, cidadania ativa e solidariedade.
Debater Educação Popular é, portanto, um passo essencial para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática.
Renata Dutra – Portal Favelas