No dia 10 de fevereiro, Dia Estadual de Mobilização para o Enfrentamento da Covid-19 nas Favelas, aconteceu o ato pela reabertura da Upa de Manguinhos que está fechada há 44 dias e já deixou de realizar cerca de 17,6 mil atendimentos, segundo a página “Comacs Manguinhos”.
A UPA, que é de responsabilidade do município, fica localizada em um local estratégico e cercado por dezenas de favelas.
Segundo o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, ocorreram mais mortes nas favelas do Rio de Janeiro do que em 162 países inteiros, entre eles:
Paraguai (2846)
Dinamarca (2216)
Costa Rica (2692)
Austrália (909)
Venezuela (1240)
Moçambique (465)
O fechamento da UPA acarreta problemas e tira o direito básico à saúde. O morador de favela precisa se deslocar para outros bairros para conseguir atendimento, o que sobrecarrega outras unidades. O Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, deu como prazo para reabertura entre os dias 30 de janeiro e 8 de fevereiro, mas até o momento a Unidade de Pronto Atendimento permanece fechada e sem previsão para a reabertura.
A Organização Mulheres de Atitude, Movimento Negro Unificado, com apoio do Instituto de Defesa da População Negra, Conselho Comunitário de Manguinhos e as Mães de Manguinhos, conjuntamente com outros movimentos sociais ajuizaram uma ação civil pública pedindo a reabertura da Upa de Manguinhos. Essa ação judicial é fruto de um trabalho coletivo, ou seja, trata-se de uma ação judicial feita a várias mãos que contou com o apoio de pessoas de todas as áreas da localidade atendidas pela unidade de Manguinhos.
Nessa ação judicial os movimentos sociais pedem a imediata reabertura da unidade de pronto atendimento de Manguinhos, bem como uma aplicação de multa caso o pedido seja concedido e a demanda não seja atendida. A ação já foi distribuída e já tem juiz competente para realizar o julgamento. Até o término desta edição ainda não houve o julgamento.