Morte e Progresso

Bruno Morais, fotógrafo.
Izildete Santos da Silva Foto: Bruno Morais

Morte e Progresso é uma pesquisa de longa imersão que venho desenvolvendo desde 2015. A primeira pessoa que aceitou participar desse projeto foi Izildete Santos da Silva. A história de dona Izildete é marcada por uma dor que não cicatriza. A dor do desaparecimento, há 20 anos, do filho Fábio Eduardo de Souza Santos, do qual até hoje não se tem notícias.

A dor da impunidade que assola a vida das pessoas pretas e periféricas. A dor de uma mãe que lutou desde o instante que soube que seu filho foi colocado em um carro da PM, no dia 9 de julho de 2003.

Desde esse dia, dona Izildete fez de tudo para encontrar alguma pista do que aconteceu com seu filho, e ainda faz. Lutou sozinha contra milicianos na Baixada Fluminense, escreveu para governadores e presidentes, deu diversos depoimentos em delegacias, procuou Comissão de Direitos Humanos, ongs, mídias e até hoje segue sem resposta, sem justiça e nenhum tipo de auxílio governamental.

Pelo contrário, foi ameaçada inúmeras vezes por policiais, teve que trocar de bairro e adquiriu diversos problemas de saúde.

Junto com outras mães que passaram e passam pelo mesmo, d. Izildete não desiste da luta, mesmo diante de todas as dificuldades.

“Meu caso está esquecido e até hoje eu sou ameaçada. Antes de morrer eu queria uma solução”.

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