Radar Covid-19 Favelas Edição 1
31/07/2020
Na primeira edição, o Radar Covid-19 Favelas traz relatos de moradores das favelas do Catiri, Jacarezinho, Manguinhos e Maré, além da seção Debates intitulada “Racismo estrutural, favelas e saúde mental”. Nela, padre Geraldo Natalino (Padre Gegê) e a conselheira de saúde Darcília Alves discutem as diferentes formas de influência das questões de raça, classe e gênero no viver da favela. O Radar Covid-19 Favelas é um informativo produzido no âmbito da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro, vinculada ao Observatório Covid-19 da Fiocruz.
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Em mais uma iniciativa de vocalização de populações vulneráveis no contexto da pandemia de Covid-19, a Fiocruz lança hoje (30) a primeira edição do informativo Radar Covid-19 Favelas. A publicação faz par com o Boletim Socioepidemiológico de nome homônimo, com a diferença de ser construída a partir do monitoramento ativo de fontes não oficiais (vigilância de rumores) das comunidades cariocas. Ambas foram elaboradas no âmbito da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro.
O informativo usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Com isso, segundo os organizadores, visa promover a visibilidade das diversas situações de vulnerabilidade e antecipar as iniciativas de enfrentamento da pandemia.
Leonídio Santos, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, destaca o compromisso da instituição em reconhecer e agir junto à sociedade civil para que as soluções que emergem de territórios vulnerabilizados e o conhecimento neles produzido possam circular e ganhar legitimidade.
“O informativo se soma a um conjunto de iniciativas desenvolvidas pela instituição com objetivo de reforçar a visibilidade do que vem sendo vivenciado nas favelas em relação à pandemia de Covid-19: as iniciativas de solidariedade; os desafios; as análises, articulações e posicionamentos das organizações nas favelas sobre esse contexto”, analisa. Inicialmente, o projeto foi concebido para dar conta de aspectos das realidades vividas pela população moradora de favelas da cidade do Rio de Janeiro, mas os organizadores afirmam o interesse de estreitar relações com coletivos de outras regiões.
“No Rio de Janeiro, já existe uma rede de interlocutores, valorizando a produção compartilhada de conhecimento, o acesso e a participação ativa de moradores de favelas e de seus movimentos sociais nessas discussões. É a partir dessa rede que estamos fazendo a coleta das falas e impressões que compõem o Radar, mas estamos abertos ao diálogo para construção de uma proposta mais ampliada”, afirma Fábio Araújo, um dos coordenadores editoriais do informativo.
“Por sermos um país profundamente desigual, os impactos dessa pandemia também são desigualmente distribuídos e sofridos. É precisamente sobre esses impactos que queremos falar, tanto na forma de responsabilidade para construção de políticas públicas, mas principalmente, a partir das vozes e das afetações daqueles que as sentem”, argumenta Roberta Gondim, professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/ Fiocruz) e membro da equipe responsável pela elaboração da publicação.
